De quem é o mundo?

O mundo é dos mais fortes. Daqueles que vendem a alma e a tranquilidade por qualquer dinheiro.
O mundo é daqueles que aniquila seus inimigos com frieza e sem qualquer motivo aparente.
Daqueles que articulam a maldade contra seus adversários ou contra qualquer um que visto como empecilho na sua trajetória de vida.
Na realidade o mundo é dos hipócritas; dos puxa-sacos; dos pulhas de plantão nos becos, nas esquinas e à margem da sociedade. Daqueles em volta da sujeira e da pilantragem.
Daqueles que vivem do soldo de sua sórdida profissão de bajulador de político. Eis uma raça que como os ratos proliferam pelos quatro cantos do mundo com uma rapidez de fazer inveja ao mais rápido atleta olímpico. O mundo enfim, está infestado de homens impiedosos, de carne e osso, que forjam acidentes; que simulam doenças; que arquitetam a própria morte em função de apólices de seguros de vida. O mundo é daqueles que envenenam ambientes sadios; que disseminam o infortúnio e a discórdia nas igrejas, nos seminários, nas congregações, na família.
O mundo é dos mais fracos também; daqueles que se deixam enganar por uma colcha de retalhos para cobrir o seu corpo desnudo e infeliz,  contribuindo com a miséria e a pobreza, fruto de suas escolhas. É daqueles que padecem nas filas dos transplantes de órgãos; daqueles que sofrem nos corredores dos hospitais e nas filas dos bancos para receber o benefício da aposentadoria.
O mundo é das mulheres. Cada dia mais vítimas da crueldade do homem e do preconceito social.O mundo é da criança que ri, da criança que chora; da criança machucada, usada, abusada sexualmente e morta com requintes de crueldade, perversidade, e impunidade.
O mundo é dos canalhas, dos covardes, dos maníacos, dos criminosos, dos mais fortes, dos mais fracos.
De quem é o mundo? não tem dono.Todos dizem ser donos do mundo.
Um sujeito diz: _isto aqui é meu, só meu... Ninguém é dono do mundo.
O mundo nos governa, girando, passando com o chicote do tempo sobre o lombo da gente, deixando marcas e sulcos, pés de galinha, dobras, e sinais de sofrimento, de dor e de decepção.
Só quem já passou pela vida sabe o quanto viveu e como sentiu passar por ele o rolo compressor que é a máquina do tempo com seu fardo pesado que temos que carregar enquanto há sopro de vida.
De quem é o mundo?

Edilberto Abrantes.

Comentários

Postagens mais visitadas