Um Povo sem passado, sem rosto!
Casarão demolido na Rua Cel José Vicente - Sousa-PB |
Somos uma cultura sem rosto. Somos um povo sem passado. Iconoclastas de nós mesmos, vândalos da história e dos elementos históricos que fazem parte indissociável do contexto histórico desta terra de Bento Freire até a nossa contemporaneidade.
Estamos destruindo nossos monumentos históricos, nossa identidade cultural, nossa memória, nosso passado de glória, vítima que somos da especulação imobiliária, reféns de uma modernização neoliberal e sua economia de mercado que massifica modismos e o consumo desenfreado, destruindo costumes e a cultura de um povo em nome de uma política alienante e destruidora que nos explora e corrói nosso sentido e direção em nome da preservação de nossa memória e de nossos antepassados que aqui deixaram o seu legado político na construção desta cidade que tanto amamos e que dia após dia a insensatez e a ignorância de especuladores imobiliários está sendo destruída, com a demolição do nosso patrimônio histórico de forma vil, e com a omissão das instituições que fecha os olhos para a demolição e a destruição de prédios históricos em Sousa desde os anos 1960, quando foi demolido o belíssimo prédio da prefeitura de Sousa e como registro as páginas de um livro de fotografia.
Como dizia Augusto dos Anjos: "Pai, por que a sua ira não se acalma?
e esta árvore Pai, possui minh'alma...
Não corte a árvore Pai, para que eu viva!
Terreno limpo do Casarão demolido/Sousa-PB |
Teremos nós, todos os sousenses que nos abraçar e nos acorrentar ao patrimônio público de Sousa para impedir a destruição de nosso patrimônio histórico? Onde estão as instituições e suas leis e códigos e sua omissão, e sua impotência e sua prerrogativa de nada, e nosso cidadão politizado que vive do denuncismo sem fundamentação na mídia sousense para impressionar este ou aquele, meramente por interesses próprios sem estar nem aí para o coletivo, para o que é de todos; que se fodam os códigos, as convenções e os porra loucos com suas ideias politicamente corretas, pois, se é política já diz o que é... o fato, é de que nada adianta toda essa falácia, essas leis de proteção do patrimônio seja material ou imaterial, pois, ninguém vai para a cadeia por destruir, usufruir ilegalmente de um bem que não é seu e tudo mais... a única coisa que dá cadeia é roubar galinha, roubar uma lata de leite, sem um Zé Roela da vida sem lenço, sem documento, que aqui na terra que Caminha descreveu como a terra em que gratificando-se tudo dá, está ruindo nosso patrimônio histórico e não há remédio para essa destruição; mas, aqui a lei se preocupa em despejar barraqueiros das ruas centrais da cidade. E aí?
É a vida. Acorda Ministério Público, IPHAEP, Prefeitura de Sousa, Procuradoria Federal de Justiça, estão acabando com a nossa história, com o nosso passado de forma criminosa e na surdina em Sábados, Domingos e Feriados, e estamos inertes, não fazemos nada. Cuidado! muito cuidado todos aqueles que residem ou atividade comercial em prédios históricos, você pode ruir com ele vítima do vandalismo criminoso e sem precedentes na história dessa cidade.
Esta, é mais uma morte anunciada!
A cultura de Sousa está de luto com mais esse ato criminoso contra a preservação da memória sousense.
Edilberto Abrantes.
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