Água geradora de conflitos

 Sousa vive hoje uma de suas piores crises hídricas de sua história. Os reservatórios de água que  abastecem a cidade e a região (açudes de Boqueirão e São Gonçalo) estão no limite de sua capacidade hídrica, devido a falta de chuvas e a seca que castiga a região em mais de cinco anos de pouca chuva e consequentemente o esvaziamento do volume de água ocasionado pelo alto consumo da região, tanto na irrigação dos coqueirais e da agricultura de um modo geral, como também a água potável tratada para consumo humano.
Os embates políticos são um prato cheio para o hasteamento de bandeiras dos grupos políticos que entre farpas e denúncias de mal gerenciamento da água e o seu melhor aproveitamento são uma constante neste universo de disparidades e contrassenso em que o real e o ilusório são ferramentas usadas para mascarar um problema sério para a região de Sousa, a saturação do complexo de armazenamento e distribuição de água na região, e ainda a falta de um amplo debate da sociedade para a construção de um novo manancial para a região com maior capacidade de armazenamento de água, visto que o açude de São Gonçalo hoje é obsoleto e insuficiente para abastecer um projeto de irrigação do porte que ali hoje existe (utilizando um método de irrigação arcaico por inundação) quando sabemos que o caminho é outro: por aspersão ou por gotejamento), inviável hoje para irrigação, e que hoje precisaríamos de uma barragem com no mínimo 150 milhões de metros cúbicos, isto para fazer frente ao colapso hídrico em nossa bacia hidrográfica que além de sofrer com o flagelo da escassez de chuvas, sofre com a evaporação da água no reservatório com um percentual de 30%.
Muito se fala da deficiência do DAESA em Sousa, da falta de pessoal capacitado para gerenciamento do sistema de distribuição de água na cidade. O DAESA é uma instituição falida sem estrutura básica para funcionamento na distribuição de água e tratamento do sistema de esgotos de Sousa. Para não ser ignorante ou vestir a túnica da omissão, devo dizer e lembrar aos senhores que a única coisa que segura o DAESA nesta sua aventura de receber água tratada e não pagar (usa a Estação de Tratamento de Água da CAGEPA - Governo da Paraíba) para receber água tratada e não gasta um centavo de Real. Sabemos que o tratamento de água requer custo e muito elevado por sinal. A única coisa que segura o DAESA nesta sua aventura de gerenciamento de água e esgoto em Sousa é a Constituição Federal que garante em lei, que a distribuição de água e gerenciamento no saneamento básico nos municípios brasileiros, sejam de competência dos municípios! 
Agora, entre o que está escrito na lei e o que se configura na realidade, é pura demagogia defender o DAESA e a sua infraestrutura inexistente e inoperante, a sua incapacidade de movimentar recursos para capacitar técnicos para manutenção e investimento em logística e aparelhamento é uma piada e uma falta de senso crítico, fazer a defesa do DAESA.
Amo Sousa, acredito em Sousa, mas, Sousa passa por um momento delicado: Confunde-se deficiência técnica com política partidária. Não é disto que estou falando aqui. Nós como sociedade civil não podemos aceitar esta omissão institucional do governo municipal e da sociedade sousense que assiste de pé o colapso de nossos mananciais vítimas do mal uso da água sem planejamento, fiscalização, regulação, infrigindo regras e normas quanto ao uso racional da água.
Em suma:
O Daesa é um  órgão NATIMORTO na estrutura governamental do município de Sousa. De resto, bater no DAESA é chutar cachorro morto!

Edilberto Abrantes

Comentários

Postagens mais visitadas