Viver não é aventura
São tantos os perigos desta vida que não dá para dizer simplesmente, que viver seja uma aventura, porque embora tenhamos que viver como aventureiros, não o somos. É correto afirmar, que esta condição nos está sendo imposta por uma sociedade de consumo na qual vivemos, e que nos faz todos os dias matar um leão para não sucumbirmos frente as dificuldades diárias. São tantas as barreiras que temos que transpor com um físico raquítico ou com uma generosa camada de tecido adiposo - de gordura mesmo, que mesmo antes de enfrentá-las sabemos das dificuldades em superá-las, em função do nosso despreparo físico e mental. Não me imagino com um físico de um velocista, de um nadador ou até mesmo de um atleta. Não me vejo com um Q.I acima da média, tampouco incapaz de raciocinar como um homem comum que tem como objetivo transpor todos os obstáculos no caminho do sucesso profissional.
Não é fácil caminhar em busca de uma boa colocação no mercado produtivo, que exige qualificação e estudo, pesquisa, disciplina, esforço, entrega, envolvimento, e conhecimento técnico em todas as etapas de produção de um bem ou serviço; que exige trabalhadores polivalentes com capacitação para agir em todas as áreas de um empreendimento.
Embora, as profissões estejam em um processo de mutação - surgem novas profissões todos os dias e outras desaparecem nos meios de produção, deixando um grande vácuo na oferta de emprego para uma demanda de trabalhadores desqualificados cada vez mais crescente. Essa demanda de desempregados engrossa de forma assustadora um grande exército de reserva de trabalhadores sem emprego, sem teto, sem terra e sem oportunidades, que vivem nas grandes cidades brasileiras nas periferias, nas estatísticas da violência, na informalidade de seus pequenos negócios, bicos e prestação de serviços; vendo a vida como uma merda, que por mais dê o sangue, não consegue saciar a sede do grande vampiro do capitalismo.
Viver não é uma aventura, mas, um grande exercício de sobrevivência.
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