O tempo é cruel

A passagem do tempo impressiona. Tudo passa com uma rapidez que não dá tempo para piscar. O tempo está deixando estudiosos, cientistas e físicos renomados sem noção com as mudanças que acontecem no planeta. Hora seco aqui, hora seco lá... cheias aqui, cheias lá e ninguém tem a resposta para as mudanças climáticas. O mais alarmista, o mais catastrófico está sem discurso, sem retórica. Ninguém sabe de nada. O cinema já encerrou o seu arquivo de roteiros e filmografia sobre o fim do mundo. E nada. O  mundo continua matando de fome e sede aqueles de menor poder aquisitivo. As grandes fortunas continuam crescendo e criando uma legião de miseráveis com o advento de novas tecnologias e o exército de reserva de desempregados vai se acumulando e aterrorizando nos países pobres. Na Europa os países ricos fecham suas fronteiras para os milhares de refugiados que se jogam ao mar com um sonho de vida melhor e na maioria das vezes acabam vítimas em naufrágios, de piratas, terroristas e traficantes de gente. Além do frio e da fome na travessia de mares gelados infestados de piratas.
Tem gente que ainda fala em povoar marte. Para que?
O tempo é cruel. E lá se vão a cor dos  meus cabelos que a tintura não consegue acompanhar no seu colorido artificial. E essas rugas?A minha pele está perdendo a elasticidade, o brilho e o viço da juventude que o tempo vai consumindo no seu cavalo de velocidade.
A coragem é suprimida pelo medo, a ausência, a solidão, a saudade vão nos enfraquecendo e nos tornando reféns de nossas escolhas e carências.
As condições de vida e trabalho são determinantes para a nossa postura diante dos outros e vão moldando através da arte do tempo e dos padrões e modelos da sociedade a nossa cara e as nossas aspirações mais elementares para a vida que devemos construir em sociedade.
A vida contemporânea e suas tecnologias, mudanças de costumes e tendências tem um missão aceleradora dos bilhões de organismos e microorganismos que dão vida ao nosso mundo vil.
O homem com toda a sua inquietação e insaciável sede de descobrir as coisas para o desenvolvimento de máquinas e equipamentos de última geração e alta complexidade, está ficando para trás na luta diária contra o relógio do tempo que a cada dia avança mais rápido no seu moto contínuo, enquanto nós ficamos cada dia mais velhos e mais fracos e mais dependentes do consumo das novas tecnologias produzidas pela revolução industrial e tecnológica que nos acomoda e nos dá conforto e nos propicia com o luxo da vaidade, milhões de oportunidades de imobilidade com as tecnologias.
Estamos ficando sós. Ah que saudade do preto velho que olhava pro ceu e tentava advinhar sobre a chuva com seu conhecimento empírico sobre a natureza sem olhar para gráficos ou pranchetas de dados ou estatísticas matemáticas das condições do tempo.
Estamos envelhecendo e não dá para fugir desta realidade nem com tintura ou cremes, botox, cirurgias corretivas ou qualquer artifício.
A solidão é um mal contemporâneo. Para isto não há remédio. Pelo menos por enquanto. Não há como vencer as vaidades do mundo.
O homem é o lobo do homem!

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