Os "dados" estavam viciados...

Eu não conhecia um Casino. Não tinha a menor ideia de como seria um Casino. Segundo as línguas puritanas – seria um antro de jogadores profissionais, lugar comum dos viciados em toda e qualquer espécie de jogo. A jogatina. Eu que pensava ser lá um lugar de diversão, lazer, um lugar para os aficionados pelas cartas, pelo jogo de Poker, Bacarat, Roleta.e tantos outros que rolam pelo pano verde das mesas de jogo de um cassino. Imaginava ver Mulheres bonitas, interessantes circulando, jogando, bebendo um Vermute, uma generosa dose de Uísque, champanhe, vinho com um sorriso largo e convidativo. Um lugar onde todos pudessem frequentar felizes e contentes com a troca de experiências e um bom relacionamento entre o jogo bem divertido e uma noite de compartilhamento entre as opções oferecidas ao público fiel do casino.  Não foi o que esperava. Era tanto a minha decepção que parei de jogar instantaneamente ao constatar que os “dados estavam viciados”... O Crupiê trapaceava. Toda grana sobre o pano verde ele juntava e gritava: _ da casa! Fixei o olhar nele como querendo imobilizá-lo, não surtiu o efeito desejado que ele continuasse a nos dominar com suas mãos de mágico e ilusionista, arrebatando todas as atenções e tendo todos como Marionetes entrelaçados em cordões nos seus dedos, fato que o deixava senhor daquela situação que julguei todos em suas mãos. Com um sorriso entredentes continuava dando as cartas e girando a roleta. Lá, afora os olhos mortiços do Crupiê deparei-me com uma centena de doentes compulsivos pelo jogo totalmente dependentes daquele hospital de desafortunados; gente aliciada, gente que alicia, corruptos e corruptores, envolvidos com o mundo do jogo. Um submundo de miséria onde a virtude e o caráter de nada valiam. Eu julgava ser vacinado contra este tipo de situação. Julgava-me imune ao vício do jogo e todos os seus malefícios. Não me imaginava refém de um Crupiê desonesto e poderoso com suas artimanhas e maestria na distribuição das cartas. Ferrei-me. Apostei  todas as fichas que tinha num jogo que só fazia as honras da casa. Não havia como ganhar daquele exímio jogador. A roleta girando, girando, girando... Os números passando com extrema rapidez e nada, ele continuava a ganhar. O que mais impressionava era a falta de segurança no local. Não havia policiamento, fiscalização, leões de chácara, seguranças armados, nada. Aquilo era um paraíso! As coristas dançando e rebolando um rebolation meio desengonçado e sem ritmo estavam ali mais para agradar a jogatina que qualquer outra coisa. Lá dentro não se falava em miséria, entretanto, lá fora havia reclamação da comunidade, faixas e cartazes pediam o fechamento do cassino e a prisão do Crupiê. Os dados estavam viciados!



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