A praça pede socorro!

A praça está contaminada! Suja, mal cuidada e cheia de vícios, restos de comida, fezes de animais, garrafas de vidro jogadas sobre canteiros onde deveriam existir flores e plantas ornamentais.
Garrafas das mais variadas cores, estão reluzentes sobre a cerâmica que devia ser branca outrora, mas, hoje suja pela lama do descaso faz lembrar que aí, num tempo não remoto fora uma fonte luminosa que era vista como cartão postal da praça e que alguém resolvera aterrar e vandalizar destruindo-a como o mais vil iconoclasta.
Para que servem as leis? os tratados? os contratos? os pactos e as lei que regulamentam as cidades, que protegem o espaço público, os bens públicos e sua função social?
Onde está o povo que não vê e não sente a destruição de nossos logradouros e patrimônio público? estaríamos como no tempo do império romano sob a égide da ignorância e da alienação do "Pão e Circo" vivenciando nossas dificuldades como se não fossemos parte do problema?
As nossas praças com sua ruína, seus bancos mutilados, se tornou palco de usuários de drogas, assaltos e insegurança, bêbados e prostituição, não lembra em nada o sentido de praça que tínhamos no passado. Hoje as praças são locais que servem apenas para o comércio de bebidas e petiscos. Não oferecem a mínima segurança para uma caminhada de dia ou em horário noturno. A iluminação é precária, as praças estão às escuras, até parece que saímos de uma guerra e que fomos bombardeados por anos seguidos de uma guerra sem trégua.
Na verdade estamos em guerra há muito tempo, uma guerra feroz contra a nossa cultura, contra a nossa memória, nossas tradições culturais.
Estamos destruindo nossas cidades, nosso patrimônio público, nossa noção de coletividade, de sociedade, de civilidade.
Um povo que não zela por suas praças; que não cuida da limpeza de suas ruas; que não faz a coleta seletiva de seu lixo, resíduos sólidos; que não zela pela sustentabilidade e preservação de seus mananciais, não pode vislumbrar um futuro melhor para seus filhos.
A praça é do povo, não é dos comerciantes, dos políticos e suas conveniências e cegueira crônica.
A praça é da coletividade e todos tem o dever de zelar e cuidar.
A praça pede socorro!

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