Falando de Sexo

Sei lá, cara, falar de sexo hoje em dia é meio piegas não? todo mundo sabe do que voce está falando. Não tem graça, a graça é o novo, a novidade; como dizia uma amiga, as coisas tem que causar impacto, frisson, escandalizar, espantar as pessoas. Não há mais tabu para ser quebrado. Então o que fazer? Falar de sexo virtual? via telefone? via orkut? skype? quem sabe no ipod? Questionar a opção sexual deste ou daquele? ponto G? o id, o in e o que rola ou não rola? Tem gente fazendo de tudo para ficar bonito, sexy... sem falar nos adeptos dos rituais de yoga, energia quantica e um monte de coisas e doideiras que cada vez mais nos empurra para o grande abismo da ignorância de nós mesmos!
- ih, cara esse negócio de sexo é um problema.
Hoje em dia voce não sabe com quem fazer, como fazer, quando fazer, se com ela ou se com ele? o ato sexual está tão banalizado e de tal forma pela sociedade moderna, que está valendo mais aquele velho ditado militar "Cú que não é meu pau nele!" ninguem está ligando mais para nada; proteja o seu e tudo bem, que as regras e as convenções estão aí para serem trituradas pelo mercado da moda, do turismo e do entretenimento fácil das noitadas regadas a muita bebida, drogas e prostituição e violência urbana.

Não há parâmetros para a falta de respeito, as transgressões cometidas em nome da modernidade e da garantia de direitos individuais e opções e credos e cor e raça que tudo virou uma salada. Tudo é permitido e ao mesmo tempo tudo é proibido! Não há opositores de regimes ou facções, mas, poder de compra e modus operandi inteligente de compra e alienação de segmentos sociais e a sociedade inteira.

Para vender o sexo vale tudo neste terreno insólito do capital, desde os produtos afrodisíacos, a paraísos fiscais com mulheres exuberantes vendendo saúde e horas de cama e de sono por uma verdadeira fortuna nos cassinos e resorts de luxo nas mais belas praias do planeta como as que fazem parte da costa brasileira, a polinésia francesa e as belas praias de Mali e Bali na Indonésia onde o sexo corre solto e o prazer é medido pela quantidade de toneladas de viagra e produtos afrodisíacos como a pele albina de africanos que são perseguidos e mortos nas ruas das cidades africanas em nome de uma cultura perversa que não respeita a vida do ser humano baseados em crenças arcaicas e que não despertam o menor interesse do mundo ocidental em denunciar a morte de inocentes albinos em função da ignorância e de interesses mercenários, além do chifre do rinoceronte branco em extinção, usado para erguer o pau impotente de ricaços capitalistas.
Então cara, vamos falar de sexo, de um sexo legal entre um homem e uma mulher, que embora piegas vale a pena falar e praticar diariamente fugindo às convenções, aos rituais, mas dando asas à fantasia e ao prazer compartilhado.

Edilberto Abrantes.